quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Mari(lia) poesia.


A maioria das pessoas que eu amo me chamam de Mari. Eu tenho 19 anos e adoro psicologia e medicina.

As lembranças da minha infância são recheadas de livros. Minhas primeiras leituras, como muitas crianças, eram contos de fadas.

Quinze anos atrás, eu ganhei um livro diferente de todos outros que eu havia lido: “A Menina e o Pássaro Encantado” do Rubem Alves. O nome parecia de conto de fadas e a primeira página também começava com “Era uma vez...”, contudo ele não terminava com “e eles viveram felizes para sempre”. O final tinha um ingrediente proibido em contos de fadas: a incerteza da vida. A última página dizia:
- Quem sabe ele voltará amanhã...
E assim dormia e sonhava com a alegria do reencontro...

Durante a minha vida, eu li essa história diversas vezes e ela sempre se renovava para mim. É o único livro de criança que sobreviveu a minha adolescência (fase de maior imaturidade em que eu queria matar qualquer sabedoria infantil). Como o próprio Rubem Alves escreve:

Para quê uma estória?
...
É elas que tem o poder de transfigurar o cotidiano.
Elas chamam as angústias pelos seus nomes e dizem o medo em canções.
Com isto, angústia e medo ficam mais mansos.
Claro que são para crianças.
Especialmente aquelas que moram dentro de nós, e têm medo da solidão...

Decidi fazer esse blog temporário para conversar comigo e com vocês sobre essa fase de transição na minha vida: estou indo morar sozinha. Por muito tempo meus pais me trancaram em uma “gaiola” para eu permanecer sempre com eles, depender das suas ajudas, e nunca mudar... E eu me deixei ser trancada. Isso prejudicou muito o amor que eu sentia por eles. Não havia saudade...

Agora, a gaiola está aberta... Estou voando livremente... Até a saudade mandar eu voltar...

Beijos aos meus Pássaros Encantados, que estão me ensinando a voar sozinha!

Clique aqui e leia “A Menina e o Pássaro Encantado” do Rubem Alves.

2 comentários:

  1. Mari lia
    hoje é.

    Linda de ver
    e de viver.

    Um beijo,
    Florescida.

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  2. Excelente, como nao poderia nao ser.

    "... E assim dormia e sonhava coma alegria do reencontro."

    Sabe que, como disse, enquanto tu me contava o livro, não há livro que mais te defina em poucas páginas, em poucas palavras, o que hoje tu és.

    Simplesmente... eu fico sem palavras. Pra isso, vou terminar de ler teu blog, como te disse.

    Beijão.
    Óreon.

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