sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

(Cru)eldade

Vampire, de Edvard Munch


A (cru)eldade sempre me surpreende,
você, que eu tanto amo,
é quem mais pode me machucar.

Diz que me ama,
que precisa de mim,
ocupa-se em me acalmar.

Depois, os conselhos carinhosos,
transformam-se em ofensas,
minhas qualidades se tornam defeitos.

Persegue-me incansavelmente,
diverte-se em saber que afeta minha vida,
que pode me fazer tão feliz ou infeliz.

Contudo, a cada nova (mal)dade,
eu aprendo a me defender,
desconfiar é me proteger.

Sei que todos somos (cru)éis,
aceito minha humanidade,
só não tolero quem se acha Deus.

Se queres ser (cru)el
não se canse falando mentiras,
não a nada mais cru do que a verdade.

Mas também não há nada mais saboroso,
do que saber lidar com ela,
a (cru)eldade dá tempero a minha vida.

Para minha irmã,
que tenta amenizar a
crueldade da vida com mentiras,
e só deixa a situação ser muito mais cruel.

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