sábado, 14 de fevereiro de 2009

Sala de esperas

Arte de Eli Guedes - entreosdedos.blogspot.com

Espero me ligarem,
Espero não antecipar a frustração,
Espero não ficar tão deprimida,
Espero não ser perfeccionista,
Espero festas gigantescas,
Espero confiar em mim,
Espero flores,
Espero que meus textos me acalmem,
Espero que eu não me pre(ocupe) tanto,
Espero não amar de menos,
Espero não amar de mais,
Espero luz de velas,
Espero me sentir realizada profissionalmente,
Espero não depender financeiramente dos meus pais,
Espero não depender de ninguém,
Espero que ou tudo de certo ou tudo de errado,
que nada seja relativo e que tudo seja fácil de decidir.
Espero não ficar totalmente sozinha,
Espero que o amor seja para sempre.
Mas, acima de tudo,
Espero não esperar.

Falam tanto que a esperança é a última que morre.
Eu desejo que ela seja a primeira a ir embora.
Quem espera algo, acaba esperando para ser feliz.

Muito tempo na minha vida,
eu estive em uma sala de espera,
esperando que um médico resolvesse
todos os meus problemas.

Na sala de esperas,
lia sobre revistas de fofocas,
sabia mais sobre a vida dos outros,
do que sobre quem eu sou.

Eu era paciente,
passivelmente,
esperava minha vida acontecer:
negava minhas responsabilidades.

Agora, não espero mais,
cuido de eu própria,
sou minha médica preferida,
que sempre me acompanha.

Dedico esse texto a Dra. Cinthya Verri
que me ajuda a eu ser minha própria médica
e a todos que lutam para serem médicos de si próprios e de outros.

Um comentário:

  1. Hey , Mari

    Gracias pelo convite, me sinto bonita aí postada.

    Muito legais tuas reflexões!

    Beijoca
    Eli

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